10 de fevereiro de 2009

Independência ou Morte

D. Pedro vinha a cavalo, chegou perto do riachão, parou, ergueu-se nos estribos e, arrancando do ombro as fitas portuguesas, proclamou a independência. E independência é coisa tão bonita, que deu feriado até hoje.
Independência assusta. Assusta todo mundo antes, e às vezes, depois. Independência assusta antes de tê-la, porque é nova. Assusta porque significa o fim do bode expiatório. Difícil, num só lance, é convencer os pais que a gente quer é se achar. Existe, é claro, o gênero independência ou morte. A gente dá o grito, faz as malas e sai batendo a porta, alheia à pressão alta da vovó, ao quase infarte do pai, aos soluços da mãe.
É nessas horas, quando a gente está com a bateria quase descarregada, que a independência fica mais bonita. A gente está arriada, está certo, mas no canto da gente, está meio murcha, mas pode pegar o telefone e chamar um amigo, qualquer coisa. A língua está meio de fora, cansada, mas amanhã é outro dia e a gente vai botar a língua de fora novamente, não de cansaço, mas de brincadeira auto-suficiente, dando língua para o mundo inteiro e para a nossa mágoa passageira já vencida.
Um amanhã movimentado, vital, com trabalho, desafios, amigos a encontrar, homens a conhecer, ou a amar, ou a despachar.

4 comentários:

Lula disse...

Heim??!!!

Anônimo disse...

Bacana.
Bjos

Carol disse...

Independência dá medo mesmo. São poucas as pessoas realmente seguras de si a ponto de aceitarem a independência do(a) companheiro(a).

cris disse...

"Procuramos independência
Acreditamos na distância entre nós
Procuramos independência
Acreditamos na distância entre nós..."